Afinal, o que seríamos sem a tecnologia silo bolsas?

Um dos maiores veículos da imprensa argentina, O Clarin, acaba de publicar um tema de grande relevância para os sistemas de armazenamento no Brasil.

A importância do sistema silo bolsa e seu legado de tecnologia para o mercado agro no mundo.

A seguir, alguns trechos que gostaríamos de compartilhar  pois explicam toda a trajetória do silo bolsa Ipesa.

Nossos agradecimentos especiais ao jornalista do Clarin, Hector A. Huergo, que de forma clara e objetiva analisa os benefícios da introdução do armazenamento em silo bolsas na economia argentina.

De forma bem enfática e objetiva, se não fosse a tecnologia de silo bolsa, metade dos 150 milhões de toneladas de grãos colhidos na última safra na Argentina, não teriam onde ficar.

Um pouco da história do armazenamento de grãos na Argentina reforça a importância do sistema Silo Bolsa.

Por Hector A. Huergo

Capacidade de Armazenamento Insuficiente

Quando comecei no agro jornalismo, quase meio século atrás, um tópico recorrente durante a colheita de trigo era a falta de capacidade de armazenamento.

Na década de 1970, a produção argentina era de 30 milhões de toneladas. A capacidade de armazenamento era insuficiente e, montanhas de grãos pelos campos, eram cenas muito comuns.

Todos os anos, construções de megaestruturas de silos eram anunciadas pela JNG – Junta Nacional de Grãos, órgão que monopolizava os portos. No entanto, nunca houve um financiamento sequer.

O volume da colheita crescia num ritmo muito baixo. Faltava tecnologia. Não usávamos fertilizantes e defensivos. O trigo rendia um terço da média europeia e o milho a metade. E ainda não havia uma produção expressiva de soja.

E mesmo assim continuamos empilhando grãos a céu aberto.

Uma luz no fim do túnel

O maior avanço veio com os “silos australianos”, importados pelo JNG no final dos anos 80.

Esses silos eram muito rudimentares: grandes retângulos feitos de anteparos de madeira que se dobravam como paredes, e no centro os grãos eram cobertos com lonas (nem sempre). Era fraco, mas já era uma luz no fim do túnel.

A chamada Segunda Revolução dos Pampas.

Em 1991, com a desregulamentação dos portos e a dissolução do JNG, tudo começou a melhorar.

Foi iniciada a construção de portos privados e estruturas de moagem de soja, cuja produção começou a crescer aos poucos. Além disso, começamos com a semeadura direta de soja RR, híbridos simples de milho e trigo francês, além do crescimento das culturas como o Girassol, arroz e cevada.

O início da Era do silo bolsa

Em 2000, produzíamos em torno de 60 milhões de toneladas e as montanhas de grãos ainda eram vistas em silos do tipo australiano e em algumas estações de trem. Foi exatamente neste período que o silo bolsa foi colocado em operação na Argentina.

Embora tenha sido aperfeiçoada em 2000, a tecnologia do silobolsa foi inventada em 1970 para o armazenamento de forragem fresca.

Armazenamento de forragem fresca

O silo bolsa foi inventado na década de 1970 por uma empresa alemã, Eberhard para armazenar forragem fresca.

Durante este período descobriram que na ausência de ar, a grama úmida fermentava e produzia ácido lático. Esse processo foi chamado de “silagem” e ocorre naturalmente, a partir da flora bacteriana das plantas.

Com a evolução da técnica, foi incorporado micróbios específicos, que são inoculados na massa a ser ensilada, que melhorou ainda mais a fermentação.

Por que o silo bolsa começou a ser utilizado com tanto sucesso no armazenamento de grãos?

O primeiro uso da bolsa aproveitou sua alta impermeabilidade a líquidos e gases para obter um processo de fermentação. Essa característica de vedação parecia não oferecer vantagens para os grãos. E o oposto foi constatado:

A ausência de ventilação provocada pela hermeticidade do sistema, os grãos eram preservados do ataque de mofo, um problema muito sério e que frequentemente atinge os sistemas de armazenamentos convencionais.

Com isso, foi constatado que:

Silo bolsas tinham um benefício econômico de dispensar os altos investimentos com sistemas de ventilação

A chave para qualquer sistema de silo, seja em chapas de metal ou tanques de concreto, ou no subsolo, é a necessidade de um bom sistema de ventilação. Obviamente, a secagem também se faz necessária.

Pequenas porcentagens de umidade podem desencadear a proliferação de fungos, portanto, a secagem e a aeração sempre andaram de mãos dadas.

A Hermeticidade do sistema silo bolsa dispensa a necessidade de secagem e aeração. Um grande passo na qualidade do grão armazenado e economia no processo de armazenamento.

O próprio princípio da vedação deu um passo muito forte quando o “silo de grãos úmidos ensacados” foi introduzido. Uma patente argentina de M&S deu origem ao sistema de moagem e ensacamento de grãos com 30% de umidade (silagem grão úmido), para uso como forragem no próprio estabelecimento.

O sistema IpesaSilo resume a operação de silagem de 4 para 2 etapas.

Foi um grande salto para os produtores que usavam seus grãos para alimentar o gado. Eles não precisavam mais enviar levar o grão para secar, traze-lo de volta para triturar e armazenar.

O sistema simplificou a operação. Agora, bastava triturar e ensacar o grão simultaneamente e direto no campo.

Uma revolução em armazenamento que deixou até os especialistas boquiabertos. E quando começaram a ensacar o grão seco, profetizaram: “Sem ventilação e com umidade, certamente encherá de fungos”.

Hector lembra de ter participado de congressos sobre grãos armazenados onde desabaram chuvas de questionamentos.

A dúvida havia sido semeada e a resposta promissora foi colhida. 

Foi constatado que o grão armazenado em silo bolsa com uma certa umidade não só durou apenas algumas semanas sem deteriorar-se, mas o tempo suficiente para evitar o gargalo durante a colheita.

Além disso, outro fenômeno foi descoberto: não houve proliferação de insetos que normalmente atacam os sistemas de armazenamento convencionais de grãos.

Um novo benefício descoberto

A falta de oxigênio impede a vida dos carunchos e, de repente, um novo benefício totalmente inesperado do sistema foi descoberto. Não era mais necessário aplicar inseticidas nos grãos armazenados, como costumava ser feito em silos convencionais, onde o oxigênio circula livremente.

A revolução da economia com silo bolsas

Em outras palavras, metade da colheita não teria onde ser armazenada se não fosse por essa ferramenta maravilhosa. Isso não apenas resolve o problema do armazenamento, mas também da logística.

E isso envolve uma enorme economia de infraestrutura. Para o contratante da colheita, isso significa mais horas de trabalho por dia, porque eles não precisam parar por falta de caminhões.

Para os portos, a possibilidade de receber caminhões sem gargalos.

 

Ganha o comprador, o produtor e o Estado que é seu grande parceiro.

Fonte: Clarin  – Matéria publicada em julho de 2020

Acesse o artigo na íntegra

Sistema IpesaSilo. Valorizando 100% de sua colheita

Assista esse e outros vídeos em nosso canal do YouTube

Open chat
1
Olá, como podemos te ajudar?